sábado, 21 de novembro de 2009

CRITICA DE ARIANO SUASSUNA SOBRE O FORRÓ ATUAL



"Tem rapariga aí? Se tem levante a mão!".


A maioria das moças, levanta a mão.

Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda (que se diz de forró) utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas as bandas do gênero). As outras são "gaia", "cabaré", e bebida em geral, com ênfase na cachaça.

Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste pernambucano (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhado uma música da Banda Calipso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto. Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de "forró", e Ariano exclamou:
"Eita que é pior do que eu pensava".
Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou.

Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá:
Calcinha no chão (Caviar com Rapadura); Zé Priquito (Duquinha); Fiel à putaria (Felipão Forró Moral); Chefe do puteiro (Aviões do forró); Mulher roleira (Saia Rodada); Mulher roleira a resposta (Forró Real); Chico Rola (Bonde do Forró); Banho de língua (Solteirões do Forró); Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal); Dinheiro na mão; calcinha no chão (Saia Rodada); Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca); Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró); Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró).
Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém a culpa desta "desculhambação" não é exatamente das bandas ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo.
O buraco é mais embaixo...
E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado, Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa!!!

Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção.

Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!?!?!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é "E vou dá-lhe de cano de ferro!", alguma coisa está muito doente.

Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

Pão e circo...





“Mais doce que açúcar é o mel derramado, recém saído de uma colméia”.


Assim que dominadores ascendem ao poder buscam o efeito “natural” da maturidade na polis. Não se enxerga limites plausíveis. Buscasse o incêndio moral carregado de boas intenções, mesmo escondidas entre os galhos da corrupção e leviandade. Não mais distante vemos as vantagens dos passarinhos soltos a comer nas mãos dos grandes. São como revoadas, cheias de surpresas e beleza encantadora.
Os olhos da grande águia da justiça cega perante a poeira do tempo. Vemos em nossos quintais a velha lei da imposição fecunda e incisiva. Pobres contra pobres. Corroendo os limites que os separam, quando deviam colaborar com a prosperidade una e indivisível. Onde estamos com nossos conhecimentos?
Não se busca mais o condenado eleitor com a massividade assustadora das armas na mão. São usados subsídios modernos e não muito distantes dos de outrora. Engana-se os pobres sobre a bondade de agora. Política sempre foi política desde tempos pré-históricos. Não se tem prioridade os olhares apurados nos mais fracos. Eles dançam ao som das farpas politiqueiras. Não convém buscar culpados, somos todos nós. Não foi a geração passada e nem a antecessora desta.
Mesmo assim, vendo essa nossa história regada a vinho e festanças, descobrimos que o que mais encanta as elites é o circo da vida, onde o pião roda com infinita cadência, como se não fosse mais parar.
E acostumamos com esse trem bala chamado política, que passa rápido, como cometas, porém deixa a trilha marcada no universo de nossas almas levianas.


Pensem e opinem. Espero suas respostas, seu apoio.

Viçosa/AL, 21 de novembro de 2009.

Apocalipse, coisa do mundo ou da gente?



As dúvidas não findam. Milhares de humanos a se questionar, baseados em suas religiões, crenças ou orientações de cunho filosófico, sócio-cultural. Não há quem nunca antes houvesse se perguntado se vivemos um contexto apocalíptico de natureza pública, pessoal ou até mesmo espiritual.
O que me levou a ter esse espasmo de pensamento apocalíptico foi justamente uma discussão sobre a moral do povo brasileiro. Pois é, refleti sobre um dizer de um desses pensadores, que aqui não revelo quem, por também não o lembrar, que dizia que o problema do Brasil está na consciência moral de seu povo. Mas o que tem a ver uma coisa com a outra? Será que estou a endoidar? Acho que talvez! Mas desmontarei o quebra-cabeça misturado em minha consciência.
Quando se pensa em apocalipse achasse que o mundo está a acabar, que o fogo tomará conta de tudo, não sobrando nada além dos escolhidos em suas devidas sentenças. Coisas de religião, da cultura, da crença pessoal, da tradição dos cristão, ou de seguidores de outras representações de fé? O importante é que talvez ninguém que viva nessa geração sonhe como será o tal apocalipse. Alguns acham que está ocorrendo e que o mundo estar a se destruir. Será causa do apocalipse o nosso comportamento pessoal, coletivo, ou até mesmo castigo ou julgamento espiritual?
Bom! Caso seja pessoal, o rumo das coisas não pararão facilmente pois muitos somente vivem em levar vantagem. Cada vez mais o homem busca riquezas, vida fácil, vaidade, vantagens infinitas, somente ruindo ao sinal da morte. Não se culpam por erros, por furtos, roubos, corrupção, conchavos, propinas e outras febres amigas dos bons homens. Lamentemos por esse quadro e vejamos os demais.
Se o grande colapso da humanidade tiver causas coletivas, com certeza temos menos a fazer para mudar a situação. A publicidade, nesse caso, alcançaria mais e mais pessoas, que poderiam se arrepender de suas atitudes e ações auto-destrutivas.
Já se o problema é religioso ou espiritual, acho que a publicidade não representaria uma diminuição de nossa sentença, pois estaríamos pecando mais e mais contra aquilo que não deixamos confundir com a nossa vocação espiritual. Ou será mais ou menos isso?
A verdade é que o nosso ser moral anda devorado pela insistência em sermos mais em mais egoístas, desumanos, arrogantes, singulares em ações, mesquinhos, difusos nos mais diversos assuntos de interesse comum e coletivo.


Pensem e opinem.



Viçosa/AL, 21 de novembro de 2009.

Homem e mulher, fosse uma só carne!


Quis Deus que fosse assim! ...


Que nosso mundo anda cheio de alterações dos costumes, tradições e cultura, nós já sabemos. Importante ver são as modificações relacionadas aos valores morais e religiosos. Realidade clara sobre novidades que nunca existiram ou que estão prestes a existir.
Certas épocas a coisa ocorria assim: homem casar com mulher, mulher com homem. Aborto era tenazmente proibido. Experiências genéticas. Métodos reprodutivos. Métodos contraceptivos. Liberdade contida. Nem pensar. Ou será que o mundo não dar voltas? Ou mesmo as instituições foram a mão acalentadora ou insurrecionária de tais processos?
O hoje revela: permitisse ou buscasse permitir casamento de celebração civil. Aborto em casos de abuso sexual ou problemas de formação do feto. Experiências genéticas a fundamentação de curas e mais curas, centenas de males. Reprodução facilitada àqueles menos agraciados pela natureza reprodutiva individual etária e biológica. Métodos contraceptivos, eficazes ou não, vedando-se a origem e o mal. Liberdade hoje é sinônimo de libertinagem. Horizonte de comportamentos arredios.
Vemos as diferenças, analisando-as e convertendo os sinais de muitos paradigmas e muitas indiferenças. Resta o puro senso de se ter a discussão, para que não paguemos pela casa construída de agora. Não ao preconceito. Sim a discussão sã e cheia de orientações senis, em especial.
A sociedade necessita de mais palavras e de mais consciência do dever de ser humano, como também da una crença de união e fraternidade espiritual. Para tantas coisas a decidir, a maior certeza é a voz de Deus que imperará aos abissais da consciência da mente do ser. Esta viverá quando não mais sinais nossos possam existir.


Pensem e opinem. Espero suas críticas.


Viçosa/AL, 21 de novembro de 2009.

Es la hora

Arquivo do ontem