“Heróis brasileiros”
Em papo breve
Semideus, mortal divinizado, indivíduo notável por seus feitos, tenaz, abnegado, capaz de suportar infortúnios, sofrimentos, figura central de um acontecimento, centro das atenções, personagem de obras literárias, por fim, ídolo. Todas estas qualidades expostas no dicionário para definir ou caracterizar pessoas, divinizadas ou não, idolatradas pelas massas, queridas pela comunidade, povo, nação.
Pois bem! Lembremo-nos dos nossos heróis. Qual significado eles têm para nós? Como os conhecemos? Em que situação eles se destacaram? Como foi sua vida? Qual sua origem? Podem ser esses heróis legítimos HERÓIS? Podem ser vistos como heróis contemporâneos? São muitas perguntas e muitas respostas. Ora, façamos outros questionamentos:
- Qual a situação política do Brasil no momento em que estes heróis foram proclamados digníssimos?
- Quem os colocou na posição de heróis?
- O que hoje pensa e pensava a população sobre as atitudes, os atos reconhecidos, a fama adquirida por tais notáveis?
- Como vivia a população da época, sua condição financeira, as barreiras políticas e sociais, tais qual, a sede de liberdade, a mobilidade social, acesso aos prodígios da sociedade moderna?...
Pois é! Não é tão fácil escolher nossos heróis, devido a estes questionamentos, que se tornam essenciais a tal procedimento de aceitabilidade cultural e social. Heróis são os exemplos para um povo, por isso, não devem ser aceitos ou formulados sem qualquer fundamento, ocorrendo às vezes, erros no reconhecer quando temos legítimos heróis.
Há uma enorme deficiência quanto às bases meritórias a serem colhidas para aceitação de novos heróis. Vemos bustos e mais bustos sendo colocados em espaços públicos a homenagear pessoas, sem ao mesmo passar pelo reconhecimento público, mas de pessoas interessadas em promover alguns que nem sempre são conhecidos pela sociedade, ou nem sequer prestaram ao povo suas habilidades, nem ao mesmo participaram da defesa concreta da formação de uma sociedade digna, saudável e fecunda de bons frutos.
Outro fato que nos faz questionar é o porquê de tantos brasileiros respeitarem os heróis dos outros e desconhecerem os nossos. Grave problema de saúde público-cultural brasileiro. O que faz o brasileiro aceitar os heróis dos outros e desconhecer os nossos. A resposta deve dormir nas seguintes perguntas?
- Culpa do ensino de história nos colégios e centros de excelência do Brasil?
- Reciprocidade caridosa de nosso Brasil para com os outros países?
- Intercâmbio de informações, cultural?
- Desinteresse, desconhecimento e descaso de nosso povo?
- Interesse de poucos, limitado, a fim de obterem vantagens?
- Por aceitarem que os heróis de lá são melhores do que os de cá?
- Pelo universalismo de atuações dos heróis estrangeiros em questões sócio-políticas?
Cada uma destas perguntas significa um pouco do que cada um de nós sabe sobre nosso país. O nosso respeito por nosso passado. O desconhecimento do pretérito e o descaso do presente, este cheio de meios capazes de mudar a nossa consciência, a nossa auto-estima, a nossa moral e, acima de tudo, a nossa responsabilidade perante as novas gerações quanto o reconhecimento de nossos verdadeiros heróis e a horizontalidade quanto à escolha dos novos heróis.
Por Anderson Ricardo
Viçosa/AL, 22 de agosto de 2009.
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